Reeducandas contratadas através Funap/DF, na PFDF, recebem linhas de tricô e crochê para confecção de peças à população vulnerável.

Aldenora Moraes, Ascom/Sejus | Edição: Fabiana Marmo

Um novelo de linha rosa e uma agulha de crochê na mão são o bastante para a confecção da peça feita pela reeducanda, na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), que recebeu nesta quarta (8), a caixa com as doações de novelos e lãs da campanha ‘Enquanto o Frio Não Vem’. A iniciativa da Secretaria de Justiça e Cidadania tem disponibilizado pontos de coleta de linhas, bem como agasalhos e cobertores, para amenizar o frio da população vulnerável. Nesta etapa, a campanha vai contar com o talento de aproximadamente 20 mulheres trans, que têm recebido capacitação em crochê e tricô pela Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap/DF), na própria unidade penitenciária e têm criado peças para doação.

Fotos: Jhonatan Vieira, Ascom/Sejus

Para a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, “a doação vai ajudar quem mais precisa ao amenizar o efeito das mais baixas temperaturas do ano, que comumente ocorrem em junho e julho. Ao mesmo tempo, a capacitação das reeducandas permite que elas contribuam com a campanha e aprendam um ofício que vai poder inseri-las no mercado de trabalho, posteriormente, e favorecer a ressocialização”, afirma.

O caminho da ressocialização

A servidora da Funap/DF, Marileide dos Santos, transmite seu conhecimento às reeducandas. Além de ensinar crochê e tricô, ela também ministra aulas de costura e modelagem. “Costuro há mais de 25 anos, mas a vontade delas em aprender estimula o aprendizado. É gratificante constatar que muitas terão como obter renda com o que aprendem”, explica.

Foto: Ascom Funap

Aproximadamente 180 mulheres em privação de liberdade estudam nos núcleos de ensino da penitenciária e trabalham contratadas através da Funap/DF, com costura criando bolsas térmicas, colchas, bags, decorando chinelos e outras peças. O objetivo é proporcionar condições que desenvolvam o protagonismo e permitam um futuro com mais dignidade.

Para a diretora-executiva da Funap/DF, Dra Deuselita Martins, “a ressocialização, quando bem conduzida, é uma força transformadora. Na Funap, acreditamos que todos merecem uma segunda chance e que, através da ressocialização, estamos construindo não apenas novos caminhos, mas também um futuro mais inclusivo e esperançoso para todos. Este é o poder da transformação que a ressocialização proporciona. ”

Para a reeducanda Patrícia dos Santos Araújo, a costura vai ampliar suas oportunidades. “Eu nunca tinha costurado, mas gostei. Já aprendi a fazer bolsinhas, colchas, fica tudo muito lindo e, no futuro, vou poder ter uma renda com o ofício que aprendi”, destaca.

Foto: Ascom Funap