As vantagens na contratação de mão de obra carcerária foi o tema do workshop realizado nesta quarta-feira (4/9) pela Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), para empresários e dirigentes de órgãos públicos. O evento, realizado na Escola de Governo (EGOV), faz parte da programação comemorativa dos 32 anos da Fundação e teve início com um café da manhã festivo, com doces e salgados preparados por reeducandas assistidas pela Funap.
As atividades alusivas ao aniversário da Funap continuam na próxima sexta-feira (6/9) com exposição e venda de produtos produzidos pelos presos na Estação 112 Sul do Metrô.
O secretário da Sejus Gustavo Rocha considera “o trabalho como uma nova oportunidade de vida para os detentos, onde eles aprendem um ofício e têm mais estímulo para continuidade dos estudos. Assim, humanizamos o sistema prisional e temos chance maior de reintegração desse indivíduo à sociedade”.
Para a diretora-executiva da Funap, Deuselita Martins, as vantagens nessa contratação vão além da economia gerada. “É importante que o empresariado perceba a importância dessa mão de obra, não só pelo custo reduzido mas, principalmente, pela contribuição no processo de ressocialização”, destacou.
Segundo ela, atualmente 1350 reeducados trabalham a partir dos 75 contratos firmados com órgãos públicos e empresas privadas (Terracap, Goldenvap, Alug Log, Secretarias de Estado, dentre outros). Além de 80 reeducandos que fazem parte do projeto ‘Mãos dadas pela Cidadania’, em trabalhos voluntários.
Ressocialização – Rafael do Nascimento Silva, egresso do sistema prisional e funcionário de uma empresa de fast food, falou na ocasião sobre o quanto foi decisivo ter tido uma oportunidade de trabalho. “Graças ao apoio da Funap, com os cursos e uma recolocação profissional posso dizer que hoje sou outra pessoa e me sinto reconhecido e valorizado”, destacou. Hoje, livre das grades, Rafael continua trabalhando na mesma empresa.
Patrícia Leal, a franqueada que contratou Rafael, elogiou a atuação dele em sua empresa e disse que ele vai ilustrar um case de sucesso que será apresentado na próxima reunião da Associação Brasileira de Franquias (ABF). “Nosso compromisso é quebrar o preconceito com o preso e quando temos um exemplo como o do Rafael vemos o quanto vale a pena investir nessa mão de obra”, afirmou.
O evento contou ainda com a presença da juíza titular da Vara de Execuções Penais (VEP/TJDFT), Leila Cury; do subsecretário da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe/DF), Adval Cardoso de Matos e da diretora de inclusão social de egressos do Sistema Penitenciário da Subsecretaria de Prevenção a Criminalidade, Walkiria Zambrzycki, dentre outros.
Atuação – Nesses 32 anos, a Funap vem atuando para a inclusão e a reintegração social das pessoas presas, promovendo melhorias em suas condições de vida por meio da qualificação profissional e oportunidades de inserção no mercado de trabalho. Com esse objetivo, o órgão desenvolve programas voltados à capacitação profissional dos apenados, à promoção de oportunidades de trabalho mediante convênios com empresas públicas e privadas, a projetos que fomentem a elevação da escolaridade, bem como a prestação de apoio social às famílias dos apenados.
Para isso, a Fundação tem centrado esforços na busca por parcerias que ofertem cursos profissionalizantes, como as vagas do Pronatec Prisional, programa do Governo Federal com foco nas pessoas presas. As parcerias também englobam entes públicos do Governo de Brasília e empresas do Sistema S, como SENAI, SENAC e SEBRAE.
Acesse as fotos do evento no Flickr da Sejus
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