Projeto inaugurado hoje (16) prevê a doação de peças de vestuário a reeducandos que ingressam no mercado de trabalho. Funap inicia também campanha de arrecadação de roupas aberta ao público.
Os reeducandos que cumprem o regime semiaberto e trabalham vinculados à Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso do Distrito Federal (Funap-DF) terão, a partir de agora, mais um incentivo que visa contribuir com o processo de ressocialização: o projeto “Borboleta”. A iniciativa, lançada pela Funap na manhã de hoje (16), é inédita no Brasil e pretende apoiar as pessoas presas e resgatar sua autoestima por meio da doação de peças de vestuário e acessórios para que se apresentem nos locais de trabalho.
Para dar fluidez ao projeto, a Funap inicia também uma campanha de arrecadação de roupas, voltada a órgãos públicos e privados e com abertura à comunidade em geral. Para o diretor-executivo da Funap, Nery do Brasil, o projeto é fundamental para o processo de reintegração social das pessoas presas, pois pretende acolher e apoiar os reeducandos que ingressam no mercado de trabalho e se encontram em situação vulnerável. “Este projeto tem um papel importantíssimo, pois muitas destas pessoas não possuem sequer uma roupa para o início das atividades nos contratos e precisam desse olhar que agrega valor e resgata a autoestima deles”, ressalta Brasil.
A iniciativa foi desenvolvida pelo setor psicossocial da Funap e surgiu a partir da sensibilidade ao observar a falta material que acomete muitos reeducandos em processo de ressocialização no momento em que saem do cárcere e regressam à sociedade para trabalhar. “A nossa ideia é focada no ser humano, em empoderar homens e mulheres para que restaurem seus vínculos sociais. A Funap quer dar condições para que estas pessoas retornem ao convívio social e não sejam estigmatizadas por uma vestimenta”, explica a mentora do projeto e gerente do psicossocial, Sara Tardin.
Na sede da Funap, um espaço foi preparado exclusivamente para alocar as peças entregues à instituição por órgãos parceiros. Os colaboradores que passam pelo projeto recebem até 5 peças de roupas, sapatos e acessórios antes do início de suas atividades laborais e são protagonistas de uma tranformação de imagem ao deixarem para trás as roupas que usavam no sistema. Na visão da reeducanda Rosilene Silva, atendida pelo projeto, ter recebido esta ajuda foi um marco em sua história de vida, porque a fez sentir valorizada e acolhida. “A saída do sistema, às vezes, é sem expectativas para para muita gente, mas chegar aqui fora e encontrar uma oportunidade de emprego e ainda ser recebida assim, com este projeto, é ter a dignidade de ser pessoa novamente; não muda só a aparência da gente, mas muda por dentro”, relata emocionada a reeducanda.
Presente na inauguração, o subsecretário do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe), Anderson Spíndola, ressaltou que esta iniciativa é importante para aqueles que recebem uma oportunidade de trabalho, mas não têm família ou apoio fora do ambiente prisional. “O projeto oferece dignidade às pessoas que encontram uma oportunidade de trabalho mas não dispõem de um vestimenta ou de alguém que os acolha”, diz o subsecretário.
A inauguração contou a presença do diretor-executivo da Funap, Nery do Brasil e com as presenças do Subsecretário do Sistema Penitenciário, Anderson Spíndola; da juíza da Vara de Execuções Penais, Dra. Leila Cury; da promotora do Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Dra. Berenice Sherer e de autoridades ligadas ao judiciário, ao sistema prisional do DF e representantes de órgãos parceiros do Governo de Brasília.
Doações
As doações podem ser entregues na sede da Funap, no SIA Trecho 2, Lotes 1835/1845, 1º andar. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone 3233-8215, no psicossocial. O diretor da Fundação ressalta que as peças serão recebidas por tempo indeterminado e que a intenção é institucionalizar o projeto para que torne-se política afirmativa de governo com foco nas pessoas presas.
Trabalho
Atualmente a Funap gerencia 67 contratos de trabalho com empresas públicas e privadas para inserção da mão de obra carcerária. Mais de 1,2 mil reeducandos, homens e mulheres, realizam funções produtivas no DF e recebem remissão de pena – para cada três dias trabalhados, um dia é abreviado da sentença – e são remunerados por meio da bolsa-ressocialização. Para 2017, a meta da Fundação é aumentar em 30% o contingente de vagas ofertadas aos sentenciados.
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Isabel Nascimento
Assessoria de Comunicação Social
Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso do Distrito Federal (Funap-DF)
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