Projeto pioneiro busca promover a dignidade e a ressocialização de indivíduos transgênero no sistema prisional do Distrito Federal.

Por Fabiana Marmo, Ascom Funap/DF

A Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap/DF), órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus/DF), dá mais um importante passo na promoção da ressocialização, lançando uma oficina de artesanato voltada exclusivamente para indivíduos transgênero que cumprem pena em unidades penais do Distrito Federal, incluindo a Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) e o Centro de Reeducação e Internamento (CIR).

O projeto, que oferece oficinas de crochê, tricô, bordados, pintura, entre outras técnicas, visa proporcionar uma experiência de cumprimento de pena mais digna, focando na ocupação, capacitação profissional e trabalho remunerado. Além disso, a participação na oficina também possibilita a remição de pena, um incentivo a mais para os reeducandos e reeducandas.

Foto: Agência Brasília

“Essa oficina é uma oportunidade única para que possamos expressar nossa criatividade e aprender novas habilidades. Sinto que finalmente estou sendo vista e valorizada pelo que sou. Esse projeto me dá esperança e me faz acreditar que posso ter um futuro melhor“, compartilhou Maria*, uma das participantes da oficina na PFDF.

O projeto surge como uma resposta às demandas específicas da população transgênero, que frequentemente enfrenta desafios exacerbados dentro do sistema prisional, como a privação de direitos básicos e a falta de oportunidades de trabalho. A Funap/DF, ao reconhecer essas dificuldades, busca promover a humanização da pena, oferecendo atividades que não apenas ocupam o tempo dos reeducandos, mas também lhes proporcionam uma nova perspectiva de vida.

“Nosso objetivo é ampliar as oportunidades de ocupação, trabalho e renda para todos os apenados, com um olhar especial para aqueles em situação de maior vulnerabilidade. A oficina de artesanato para o público transgênero é mais um passo nesse sentido, reafirmando nosso compromisso com a dignidade e a ressocialização”, destacou a diretora executiva da Funap, Deuselita Martins.

Com a implantação desta oficina contínua, a Funap/DF reforça seu papel na transformação de vidas, oferecendo um caminho para a reintegração social e profissional de todos os reeducandos e reeducandas, independentemente de sua identidade de gênero.

*Nome fictício para preservar a identidade da reeducanda.